quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Machu Picchu (Aguas Calientes) 7° dia de viagem

Ao descobrirmos que não tinhamos um destino certo, fomos se acomodando na varanda da casa a frente a usina hidreletrica, eram quase quarenta pessoas molhadas, sujas, com fome, passando frio. A ajuda ao proximo foi forte, emprestimos de coberto, comida dividida, naquele momento nao importava a nacionalidade e sim a sobrevivencia. Logico que as piadas de futibol não faltavam.
A noite foi dificil, foi a primeira vez que senti meu peito tremer forte de frio. Meus pes molhados pareciam adormecer.
Despertamos cedo, ainda precisavamos descobrir como iriamos sair daquele lugar e voltar a Cuzgo. Se reunimos novamente todos na frente da hidreletrica e uma das alternativas era parar o trem que passava ali e fazer com que os dirigentes da ferroviaria deixasse os turistas partirem de graca em sentido a Cuzgo.
O grande problema é que a maioria ali nao tinha dinheiro, uns foram até o Peru pedindo carona, outros como so iriam passar uma noite em Aguas Calite levaram pouco dinheiro, e fato é que a cidade sendo turista era carissima.
Foi quando chegou a noticia que mais um derrumbe havia acontecido e os trens tb estavam fora do servico. O desanimo era geral, será que ficariamos muitos dias presos naquele lugar.
A ultima alternativa era subir novamente a cidade de Aguas Calientes, mesmo as pessoas que nao podiam andar rapido deveriam subir. Foi marcado que ao meio dia e meio outra assembleia ia ocorrer.
O problema que é que depois de um dia cansativo e uma noite complicada, andar quase dez quilometros em um caminho cheio de pedras e pontes nao era facil.
Nos dois brasileiros partimos no primeiro grupo, junto com alguns chilenos e outros argentinos. No caminho iamos avisando pelegrinos que não sabiam do ocorrido e ao nosso grupo conseguimos levar muitos a praça principal.
Ao meio dia via a praça principal com cerca de 150 turistas, com cara de acabados, roupas estendidas para secar, mochilas juntas aos cantos.
A primeira assembleia foi decidida que queriamos meios de sobrivivencia e passagem de trem gratuita, isso qdo o trem voltasse.
As autoridades foram pouco atenciosas, até que os chilenos (muito experientes em protestos) começaram a bater palmas e assobir ritmadamente de momentos em momentos.
Nada foi resolvido, mas as autoridades comecaram a perceber que a coisa era seria.
Eu tinha dinheiro para pagar a minha volta, mas nao achava justo uma cidade turistica nao ter opcoes para os turistas e fazer as pessoas pagarem tao caro por uma viagem tao pequena.
Fato que estava preso junto aos meus companheiros de viagens e estava ativo nos protestos.
Descobrimos que o trem voltaria a passar as 16horas. Se nada fosse dito iriamos impedir de o trem sair da garaje. E assim foi, nao pude participar porque precisava ir urgente para Cuzgo para nao perder minha passagem de trem. O governo passou a primeira proposta que era de 35 dolares e agente aceitou. Deixei meu dinheiro com uma menina e fui ver o protesto.
De inicio todos os turistas sentaram na linha do trem e ele nao podia ir para frente, depois vieram os policiais, cerca de 10, e comeram a empurrar para o trem comecar a sair aos poucos. Houve algumas brigas e a cidade e os governates da cidade perceberam que nao tinham pessoas suficientes para conter os turistas.
A ultima proposta chegou depois com a passagem a 13 dolares. Pensei que tinha mw ferrado, mas no fim a minha passagem saiu o mesmo preco.
Qdo o trem embarcou a felicidade era enorme, a sensacao de vitoria e a felicidade de voltar era muito boa.
Diario de bordo, 14 de fevereiro de 2012.

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