domingo, 24 de maio de 2015

Envelhecer


As vezes olho no espelho e vejo que não tenho mais aquela pele macia que só a juventude tem, meus 18 anos não estão mais aqui e juro que podia fazer uma enorme lista de coisa que hoje eu com 28 anos sinto de diferenças no meu corpo, mas o que ando mais preocupado não é com isso e sim com a vida de uma pessoa mais velha. 

Eu sempre gostei da sensação de novidade, de descobrir coisas novas, do beijo ser aquela novidade, do sexo ser uma descoberta, de assistir um filme e ficar muito empolgado, de ter um medo muito grande de fazer coisas novas e quando fazer não ser tudo aquilo, de ficar apaixonado, de amar de verdade em pouco tempo, de chorar e pensar que o mundo vai acabar, mas tudo o que anda acontecendo em quanto eu fico mais velho é mais do mesmo, a balada é mais uma balada, a bebedeira é mais uma bebedeira, os amigos são os amigos, mesmo que eles mudem, as historias são parecidas.

Eu talvez viva um pouco da síndrome de Peter Pan por causa disso, tentando fugir das responsabilidades, dos relacionamentos sérios, mas quem afinal de contas não quer fazer isso, eu só não quero viver uma vida chata, sem aventuras, e principalmente porque casar e ter filhos me parece muito mais chato do que uma aventura (por mais que eu saiba que seja), ficar assistindo um filme juntinho numa noite de sábado, me deixar sufocado só de pensar, eu não nasci para ser adulto, chato e morno, eu gosto do fogo, da loucura e da alucinação. 

Eu nunca quis que minha vida fosse preto e branco e muito menos tons pasteis, eu tento me reinventar, inventar festas, inventar novas atividades, inventar novos objetivos, mas eu percebo cada vez mais que a vida é envelhecer e envelhecer é ficar um pouco mais preto e branco. 

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